05/07/2016

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Paralimpíadas na Escola La Salle RJ

Paralimpíadas na Escola La Salle RJ

Foi depois daqueles seis negros anos. Ao término da Segunda Guerra, 50 milhões de vidas haviam sido tiradas e muitos soldados voltaram para casa feridos, número até hoje inestimado. Sem algum dos membros, eles se viam, na mesma medida, sem perspectiva. Mas a história não acaba assim, apenas começa. Vendo no esporte um aliado para a volta por cima na autoestima, Estados Unidos e Inglaterra criaram as primeiras modalidades voltadas aos deficientes físicos. Em Roma, os Jogos inaugurais, em 1960, já contavam com 400 atletas e 23 delegações. A trajetória que tem no Rio de Janeiro seu próximo capítulo foi o tema de uma aula de vida dada por Izabel Cristina Aboud Menezes na última semana.

Chamada carinhosamente de Bebel, a nossa fonoaudióloga apresentou aos pequenos as Paralimpíadas, desde o nome. A palavra perdeu a letra “o” em novembro de 2015 por um pedido do Comitê Olímpico Internacional. A ideia era uniformizar a maneira como a competição é chamada em outros países de língua portuguesa, como Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné, Príncipe, Timor Leste e Portugal. Além da grafia e do caráter histórico, Bebel falou sobre os diferentes esportes e partilhou com eles sua experiência.

“Eu tinha nove meses quando fiquei paralisada do pescoço para baixo como sequela da poliomielite. Mas meus pais sempre me trataram como qualquer outra pessoa. Isso fez nascer em mim uma vontade de descobrir, conhecer, experimentar. Ao longo dos anos fiz muito exercício, fisioterapia e hoje sou remadora, vou para a academia, faço musculação, hidroginástica, massagem recuperadora, sambo na Sapucaí no Carnaval”, conta a fono e também professora de artes, sempre de bem com a vida.

Apesar da doença estar erradicada no Brasil desde 1990, Bebel lembrou às crianças a importância da gotinha e mostrou aos nossos aluninhos os desafios da vida sob quatro rodas, que começam com a falta de conhecimento:

“Cada um pôde subir na cadeira e andar de muletas. É importante esses exercícios com as crianças para elas saberem a dificuldade em subir uma escada, portanto, a necessidade de um caminho acessível, o motivo de haver uma vaga de carro específica para os deficientes e assim por diante”.   

   

Apesar dos “poréns”, Bebel fez questão de provar que uma cadeira de rodas não limita ninguém. “Quem não pode isso, não pode aquilo, consegue de outra forma. Há sempre uma opção. Podemos tudo, desde que tenhamos força de vontade”, diz. Uma lição e tanto. E que venham as Paralimpíadas!  

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