“Menina bonita do laço de fita qual é teu segredo para ser tão pretinha?” O segredo, caro coelho branco, é a raiz negra desta terra chamada Brasil, essa influência vinda de longe e hoje tão nossa cara, essa diversidade que faz cada um ser do seu jeitinho único. A pergunta é repetida diversas vezes ao longo do livro de Ana Maria Machado, que, numa história infantil, mostra como preconceito não pode ter vez por aqui. Afinal, a menina da história era “linda, linda. Os olhos dela pareciam duas azeitonas pretas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feitos fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra quando pula na chuva. Ainda por cima a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de fita colorida, ela ficava parecendo uma princesa das terras da África ou uma fada do reino do luar”.

Em março, as crianças encarnaram a menina bonita, o coelhinho louco para ter filhotes negros, e saíram da aula com muito o que pensar. “O livro ‘Menina bonita do laço de fita’ é uma história de fácil entendimento, nos dá a oportunidade de trabalhar os tipos de moradia, as semelhanças familiares, as diferenças, a afetividade e a diversidade", resume a coordenadora da La Salle RJ, Karla Bustamante.