“A fada azul apareceu outra vez e, ao ver que Pinóquio tinha sido tão bom com Gepeto, disse: ‘Como agora és um bom menino vou te transformar em um menino de verdade’”. No dia 14 de setembro, a fada não era azul, mas Karla Bustamente. A coordenadora da Escola La Salle RJ cumpriu muito bem o papel daquela que faria mágica, transformando a boneca em pessoa de carne e osso. A ocasião pedia algo especial: Camila, a mascote do 3º período, que apresenta as letras do alfabeto para as crianças, completava seis anos. Toalhas, balões, mesa com muitas guloseimas e o bolo ao centro foram cuidadosamente preparados, à espera da aniversariante. Após algumas palavras especiais, e dois beijos dados nas mãos de nossa “fada” pelas crianças, estava ali diante delas, em sua festa surpresa, a boneca transformada em menina.
Quem deu vida à personagem foi sua xará na vida real, a estudante Camila Reis, membro da equipe de Comunicação e Marketing do Unilasalle-RJ. A semelhança de nomes e fisionomias deu a ideia às professoras Roseli Liberato, do 3º período A, e Adriana Gaspar, da turma B. Convite aceito, o resultado só poderia ser uma grande felicidade para as crianças, ansiosas para abraçar e tirar uma foto com a Camila.
Larissa Lopes, do 3º B, foi uma das primeiras a posar. “Eu achei ela linda porque minha turma cuida muito dela”, atestou, “Não podemos bater, nem machucar a Camila, eu pego com tanto carinho nela”. O zelo de Larissa se deu até mesmo ao tocar na boneca de pano, posicionada bem ao lado dela, antes de saber que qualquer mágica aconteceria. Já Karoline Costa, a sorridente aluna do 3º período A, comia um grande pedaço de bolo com glacê na hora em que conversou com o site da La Salle RJ. “Eu me acho parecida com a Camila, eu tenho o cabelo cacheado e ela também tem. O que mais gostei na festa foi a Camila”, falou com propriedade de gente grande.
Tamanha afinidade com a boneca reforça o depoimento de Adriana Gaspar, há quatro anos comandando turmas do 3º período. Ela caracteriza a personagem como um carro-chefe, através do qual são trabalhadas “a alimentação, os novos sabores, texturas, os cuidados com a saúde, o alfabeto de forma gradual. Acaba se tornando mais uma aluna em sala de aula e eles entram na história”. O fato de virar uma amiga explica o porquê dela “comemorar” 6 anos. É esta a faixa etária dos alunos.
O trabalho de identidade junta-se ao de inclusão, reiterado por Roseli. “Muitas das crianças não possuem a oportunidade de ter uma festinha dessas em casa e o sonho se realiza aqui. Você vê no olhinho delas a alegria, já escutei uma falando: ‘Eu queria ter uma festa assim’”, conta a estreante no comando do último período da Escola La Salle, “Já em termos de rotina, como toda a semana uma criança fica responsável por levar a boneca para a casa, trabalhamos o cuidar. Une a família com a escola, porque os alunos precisam relatar o que fizeram com a Camila no fim de semana”.
E então, vamos cantar o parabéns?