Sarah de Almeida, 5 anos, decreta: “Eu conheço quase todas as histórias”. Mas será mesmo? Qual a melhor parte dos livros que você ganhou, então? “Assim, a Bela Adormecida desmaiou e essa parte foi a que eu mais gostei. E na outra, da Cinderela, eu adoro quando ela se casa”. Se ainda resta dúvidas, Sarinha, como carinhosamente é chamada no 2º período, ajuda a prima a narrar um terceiro conto. Letícia Victor Jaccoud, da mesma idade, ganhou “A Branca de Neve”, e assim iniciou o relato da sua história: “Era uma vez uma linda princesa que se chamava Branca de Neve. Ela encontrou uma casa bem pequena...”. Antes de conseguir terminar, a ágil Sarinha completa: “...onde viviam os sete anões e ela dormiu, os anões pensaram que ela era um monstro, mas depois que ela acordou viram que ela era uma princesa. Ela falou o nome dela e eles falaram os nomes deles”. Por toda a parte do Auditório La Salle, durante os dias 24 e 25 de outubro, as crianças escutavam os padrinhos e madrinhas lerem, iam ver o presente dos amigos, mas também imaginavam, criavam, inventavam, verbos que explicam a razão de ser do Café Literário.

Sarinha posa com sua madrinha Rachel Finochio (à esquerda) e Letícia exibe o seu novo livro 

Uma vez ao ano, em comemoração ao Dia das Crianças, os alunos da Escola La Salle RJ ganham o estímulo à leitura, vindo de pessoas anônimas. Pessoas como Ana Carolina Vollú, de 21 anos. A graduanda de Sistemas de Informação da UFF soube do Café Literário através de amiga, que trabalha no Unilasalle-RJ, e não pensou duas vezes ao decidir participar. “Lembrei da época em que eu apadrinhava crianças, ainda no Ensino Médio. Achei muito interessante a proposta de serem livros”, opina, “Assim que cheguei, fui muito bem-recebida pelos meus afilhados Ana Luísa e Samuel. Ela ficou encantada com a possibilidade de montar os looks das princesas, ele curioso para aprender mais sobre o corpo humano. E outras crianças ainda chegaram para brincar e compartilhar este momento conosco”.

Ana Carolina (em primeiro plano), seus afilhados do CEPLAS e a amiga Beatriz Siqueira, que a convidou para o Café 

Livros com dobraduras fizeram sucesso este ano

O encantamento estava nos olhos ansiosos por conhecer os segredos escondidos embaixo de dobraduras nos livros, por escutar os sons que alguns deles faziam, por entregar os cartões que prepararam em retribuição ou, simplesmente, por ouvir algum adulto contar as histórias. No fim, Sarinha ainda tem um mundo de novos contos a conhecer, assim como Luiz Guilherme Miranda, da turma dela (“Ganhei o livro do Hot Wheels! Livro de carro!”), Miguel Estevão de Lima, do 1º período (“Ganhei o livro do bebê dinossauro. Ele é pequeno, viu?”, diz o também pequeno Miguel) e outras tantas crianças que já aguardam o próximo Café Literário.       

Por Luiza Gould 

Fotos de Jefferson Fernandes e Luiza Gould

Ascom Unilasalle-RJ