29/06/2018

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Arraiá 2018 na La Salle RJ

Arraiá 2018 na La Salle RJ

Era o primeiro Arraiá de Julinho. A camisa xadrez compunha o figurino com calça jeans e bandeirinhas de tecido a pender por variadas direções, bigode, barbicha, costeletas. Tipicamente junino. Com menos de um ano, o menino ainda não entende o que acontecia na Varanda Cultural, mas o sorriso já entregava o quanto estava feliz na escola que, em breve, estudará. Lucas e Marianne também vieram a caráter. Ele de colete colorido por cima da blusa do Capitão América (Um super-herói caipira?), ela de vestido, lacinhos, trança e maquiagem. No intervalo entre as danças, os gêmeos posavam para a foto com Maviane de Lima, mãe de Julio Cesar e coordenadora da escola. No caso deles, a festa junina serviu para matar as saudades de um ambiente já familiar. Os irmãos foram os primeiros alunos a conseguir bolsa de estudos no Colégio La Salle Abel, onde estão até hoje. Seja na jornada que virá a ser traçada ou naquela que prossegue por outros caminhos, as histórias se encontraram no último dia 23 de junho, em mais um Arraiá da Escola La Salle Rio de Janeiro.

 

Logo à entrada, uma janela se abria aos visitantes. Moldura de palha, com flores no parapeito e tecidos de chita, convidava às fotos e também à entrada em um mundo de cores, entre balões de papel, milhos decorativos, bandeiras, fogueira de celofane, murais temáticos e a minicapela que, mais tarde, iria compor o cenário do casamento na roça do Pré II. Cada detalhe demandou o trabalho conjunto de professoras, funcionários, direção e coordenação que, na véspera, fizeram mutirão para enfeitar o espaço escolhido para o Arraiá. Na hora da festança, a mesma equipe se dividiu entre barraquinhas de comida, brincadeiras e venda de fichas a preços acessíveis. O diretor, Ir. Fabrício Heinzmann, entrou na brincadeira, ficando responsável pela churrasqueira, junto do professor de capoeira, mestre Pedrinho.

 

Mas a alegria só teve início com a chegada das crianças que, pouco a pouco, enchiam de sons aquela manhã de sábado no Unilasalle-RJ. Havia o som de pezinhos a pular na cama elástica, das argolas chegando ao seu alvo, da celebração após mais uma pescaria, dos pedidos como “Mãe, quero um cachorro quente”. Tudo era novidade para Marlon, de 4 anos. “Ele está amando, curtindo todas as brincadeiras, a festa está maravilhosa”, decretava o pai, o fiscal de tráfego Marcelo Soares, de 32 anos, com o filho nos braços, “Sempre ouvi falar muito da Rede La Salle, a melhor de Niterói. Ele se adaptou muito bem, é perto, então estamos unindo o útil ao agradável. Já posso dizer que é nota 10”.

Pouco depois da fala, Soares acompanhou a apresentação de Marlon junto da Creche III A. As crianças dançaram “Capelinha de melão” e “Cai cai balão”. Meia hora depois, era a vez da Creche III B, embalada por “Sanfoneiro”. As duas turminhas são compostas pelos alunos mais novos da La Salle RJ, mas muitos já demonstravam animação de veterano no Arraiá. E o que falar do Pré I? Em um minuto, a música nordestina de Luiz Gonzaga em “Olha pro céu meu amor” inundava o salão. No seguinte, cavalheiros ajoelhavam para damas rodopiarem ao redor diante dos versos de “Dona Maria”, de Thiago Brava.

 

 

“É chegado um dos momentos mais especiais da nossa festa!”, anuncia Maviane ao microfone. A coordenadora se referia ao número já clássico, sempre protagonizado pela turma que se despede da escola. O tapete de palha se estendeu no chão entre flores e, de cada lado dele, os “convidados” do casamento pouco a pouco se acomodavam em pares para assistir à “cerimônia”. Tudo pronto para o casamento. A noiva Sarah Moraes chega de braços dados com o pai Bernardo de Oliveira, toda sorridente. Mas, ao pisar no altar, a surpresa: Cadê o noivo? A confusão na roça está armada. “Meu Deus, cadê esse noivo que desapareceu?”, se desespera Sarinha. O pai se enfurece: “Ô minha flor, não chora ‘fia’, quando esse cabra aparecer, eu mato ele!”. A mãe, Maria Clara Rangel, acha a solução: “Aproveita que o senhor Seu Delegado está aqui no casório e manda ele resolver tudinho, pai”. O delegado Davy Lucca Soares faz cara de mau e toma a atitude. “Vou trazer ele de volta! Seja inteiro ou em pedaços”, decreta. E não é que trouxe mesmo? João Guilherme Carvalho veio a contragosto, mas garantia a quem quisesse ouvir que não estava abandonando a noiva (“Eu não fugi, não! Só perdi o caminho de ‘vorta’!”). Resolvido o contratempo, o final foi feliz após o padre Nicolas de Souza finalmente dizer “Eu os declaro marido e muié! Pode beijar a noiva!”

No fim do casório, a “noiva” foi convocada para as fotos, forma de guardar memória da “união”. A “mãe” Maria Clara, coroada rainha caipira da turma, logo correu para perto da “filha” em busca do seu espaço no álbum. Por trás do celular, a mãe da vida real de Sarinha, Lena Moraes, convidava os outros atores do Pré II para também fazerem poses. Em entrevista ao site da La Salle RJ, a vendedora classificou os três anos que a filha passou na escola como “os mais perfeitos”. “Dois mil e dezoito está sendo maravilhoso e, ao mesmo tempo, ruim porque é o último ano dela aqui. Sarah sai daqui com um ótimo ensino e lembranças como a festa junina. Ela estava muito ansiosa e feliz por ter sido escolhida como a noivinha”, revelou.

 

Confira os reis e rainhas do Arraiá 2018:

 

Rainha Maria Júlia Moura e Rei Miguel Borges da Creche III A

 

 

Rainha Cecília Bernardo e Rei Kaique Lopes Santos da Creche III B

 

  

Rainha Gabriela Torres e Rei Yuri Martins do Pré I

 

 

Rainha Maria Clara Rangel e Rei João Guilherme Carvalho do Pré II

 

Por Luiza Gould

Fotos de Adriana Torres e Luiza Gould

Ascom Unilasalle-RJ

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