03/11/2018

Bibliotecas

Café Literário 2018

Café Literário 2018

“O que você achou desta festa com livrinhos?”, é a pergunta que a madrinha faz para sua mais nova afilhada. Com olhos curiosos, vagando do presente ao rosto de quem a presenteou, Cecilia Silva, da Creche III B, responde: “Muito bonita. Foi uma boa escolha (estar aqui)”. Para a menina de 4 anos, que chegou à Escola La Salle em fevereiro tudo era surpresa, daquela tarde repleta de páginas e descobertas à história “A festa no céu”, contada pela madrinha Camila Reis. Mas Sarah de Almeida, agora no Pré II, já vive desde 2016 a experiência de aprender com o Café Literário, desta vez em companhia de dois irmãos, muitos doces e uma bruxa má. “Com João e Maria a gente aprende a ser educado, mas sem entrar na casa dos outros e sem falar com estranhos”, conclui Sarinha, mostrando que entendeu a moral da história. No mês das crianças, a leitura segue sendo o principal legado deixado a elas por meio da campanha de apadrinhamento.

Como explica a coordenadora Maviane de Lima, são muitos os projetos voltados para este fim na Escola La Salle, por se tratar de um público diferenciado, já que “muitas famílias não têm como incentivar este bom hábito. Então, oportunizar o encontro da criança com uma literatura de peso, de qualidade, com bons autores, com boas editores é muito importante”. Nos oito anos de existência do Café Literário, há cerca de seis há ainda um outro benefício do projeto: a maior ligação com o Unilasalle-RJ, o centro universitário localizado no prédio ao lado e integrante da mesma Rede.

“Gostamos de convidar os funcionários, mas também os alunos. O dia a dia está muito corrido, as pessoas não têm tempo de se doar e, ao mesmo tempo, estamos muito envolvidos com as redes sociais. Então, essa uma horinha que os padrinhos passam, dando um livro de presente, é crucial. As crianças têm muito amor para dar e estão aqui para dividir todo esse sentimento. É um incentivo para o futuro, plantar essa sementinha nas crianças, e trabalhamos esse afeto, essa troca de carinho”, conclui Maviane.

 

 

Fernanda Veltri, de 21 anos, é uma das graduandas que viveu na prática o que as palavras da coordenadora já adiantavam. No dia 25 de outubro, ela era só alegria perto da afilhada Joanna Silva, do Pré II, enquanto lia para ela trechos de “Uma professora muito maluquinha” e “Uma história por dia”. Tia de três crianças, tendo segurado a primeira sobrinha nos braços ainda aos 7 anos, a aluna do 8º período de Direito diz se sentir em casa quando está entre os pequenos, o que sempre buscou fazer. “Estudei no Abel a minha vida toda e por dois anos frequentei orfanato em Alcântara com a minha turma, mas já tem muito tempo, estava sentindo falta”, conta a estudante, “Já conhecia o CEPLAS, fiz inclusive um trabalho com a professora Angelina Accetta em que uma amiga se apresentou em tecido acrobático, e as crianças interagiram também. Mas nunca tinha sido madrinha. É muito gratificante ver a felicidade estampada no rosto delas. A Joanna pediu para eu não ir embora, o que me emocionou, e a Maria Júlia se lembrou de mim. São coisas que nos estimulam a querer estar mais presentes”.

Para Fernanda, o Café Literário chegou ao fim com um grupo de amigas de Joanna reunidas em frente ao seu celular. Naquele momento, ao invés da tecnologia afastar, aproximava. Enquanto tiravam fotos na frente do aparelho, a menina crescida e as meninas ainda por crescer compartilhavam risadas para encerrar com chave de ouro quatro dias voltados ao encantamento e à imaginação na La Salle RJ.

 

Por Luiza Gould / Colaborou: Camila Reis

Fotos de Adriana Torres

Ascom Unilasalle-RJ

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