Elas viviam em uma loja de tecidos quando escutaram falar sobre um tal de coronavírus... Não podiam perder tempo, afinal queriam ser úteis, salvar vidas. Esse é o início de um enredo com direito a vilão, mocinhos, muita fantasia, mas também realidade. Em 2020, palavras como coronavírus, pandemia, quarentena, contágio e álcool em gel passaram a fazer parte do vocabulário das famílias. De uma hora para a outra, as crianças, acostumadas a correr, a brincar, a interagir, se viram em casa precisando entender palavras difíceis e adquirir novos comportamentos. O que será que se passa dentro da cabecinha delas? Ou melhor: como podemos ajudar essas cabecinhas tão ricas em imaginação, em sonhos, em cores a entender um tempo cinza, de tantas adversidades? Perguntas como essas não saíam da cabeça de uma menina crescida. Seu nome: Claudia Romero. Por anos orientadora educacional dos alunos de Ensino Médio do Colégio La Salle Abel, Claudia se viu este ano assumindo a função na Educação Infantil. Com pouco tempo de aula, um desafio maior ainda se apresentou e ela decidiu responder a ele se lançando à empreita de um livro, que pudesse auxiliar as crianças a viver a pandemia. Foi assim, e com a ajuda de amigos do Colégio, que a menina crescida fez nascer “Mascarinha e Mascarinho: duas máscaras ajudando a combater o coronavírus”. A história ganhou as prateleiras de livrarias da cidade, mas também chegou à casa de alunos da Escola La Salle Rio de Janeiro, após a doação de 50 exemplares por parte de Claudia.
A entrega foi primeiro feita à coordenadora Maviane Lima. Um dos exemplares era para o seu filho, de 2 anos, contendo a seguinte dedicatória: “Querido Julio Cesar, quando você aprender a ler, essa história fará parte do passado. Contudo, lembre sempre que, quando cuidamos da nossa saúde, estamos cuidando da saúde do próximo também. Com carinho, Claudia Romero. Outubro/2020”. Em novembro, mais especificamente no dia 4, data escolhida para a entrega das cestas básicas do mês, outras mães se emocionariam com palavras como essas. Mariana Lopes é um exemplo. Após mostrar o livro ao filho Thor, do Pré II B, ela fez questão de agradecer por mensagem de texto, enviada à Maviane. “Nós adoramos. O Thor quando viu ficou todo feliz e já foi lendo o título rsrs. Agradecemos também a dedicatória da autora, foi de muita delicadeza”, escreveu Mariana. Logo abaixo de suas palavras, foi enviado um vídeo de Thor lendo sozinho um trecho da obra, para orgulho de suas professoras.
O trecho que o nosso pequeno leitor nos apresenta pede para que as crianças não fiquem assustadas com a doença. Essa foi outra preocupação de Claudia Romero. “Nós precisamos falar para a criança, ela precisa entender o sentido de cuidar da saúde e que, cuidando da saúde dela, vai estar cuidando da saúde da família, das professoras, dos amigos. Comecei a pensar em uma história que pudesse conscientizar, e com leveza, sem trazer nenhum tipo de pânico ou medo neste momento”, recorda, deixando ainda sua visão acerca da importância do livro: “Acho que vai ser de grande valia porque ajudará toda a família. A história contempla o protocolo da Organização Mundial da Saúde e traz esta mensagem que mesmo quando tudo isso passar precisamos continuar pensando no coletivo”.
Por Luiza Gould
Fotos de Adriana Torres
Ascom Unilasalle-RJ