Maria era muito jovem quando recebeu a visita de um anjo e o anúncio de que seria mãe do filho de Deus, se essa fosse a sua vontade. Mesmo diante de dúvidas, receios, incertezas, deu o seu sim. Viu seu menino nascido numa manjedoura ser visitado e presenteado por reis. O assistiu para que crescesse em sabedoria e graça sem questionar diversos acontecimentos da vida de Jesus que não conseguia compreender totalmente. Maria confiou seu bem mais precioso a Deus. Cada mãe tem um pouco dela. As mães que se emocionam no Auto de Natal 2024 também confiaram seus filhos. O abrigo para que pudessem ser cuidados, protegidos, formados, tem a essência do berço sagrado e humilde. 

“Chegamos aqui há  três anos cheias de medo, receio, preocupações, angústias, desconfianças, afinal o nosso bem mais precioso ficaria nas mãos de desconhecidos durante 10 horas por dia. Perguntas como ‘Será que vão cuidar bem deles?’, ‘Será que vão se preocupar?’, ‘Será que vão lembrar de seus nomes?’ nos rodeavam. Já na segunda semana percebemos que a escola que escolhemos para ser o início da jornada educacional dos nossos filhos possuía um corpo docente maravilhoso”. As palavras são de Yumi Moura, mãe da Maria Clara, do Pré II A. Ao fim da última apresentação de sua filha na Escola La Salle RJ, ela subiu ao palco com um microfone em mãos e falou em nome de muitas outras, numa homenagem às pedagogas e à coordenadora Maviane Lima.

“Quantas ligações a Maviane já fez apenas para perguntar como nossos filhos estavam ao saber de uma doença ou para dar uma bronca de forma amorosa como só ela sabe. Quando chegava a segunda-feira, as crianças queriam ficar de denguinho na sua sala ou no seu colo, por terem ido dormir tarde no domingo… Segundo elas, é o melhor colo da escola. Definitivamente, não existe Escola La Salle sem a Maviane, ela é a alma e o corpo desse lugar”, prosseguiu Yumi, “Poderíamos escrever uma trilogia de 300 páginas e ainda assim seria pouco para expressar tudo que a escola significou para nós. De desconhecido, o corpo docente se tornou uma família. Rimos, brigamos, fizemos as pazes, sofremos a perda de uma pessoinha que é e sempre será muito amada por todos, choramos, fizemos bagunça, gritamos pedindo para as crianças dançarem de novo e vivemos incontáveis emoções. Hoje a nossa homenagem é para esta família”.

A fala foi seguida de um chamado nominal de todas as professoras e colaboradores para que pudessem se juntar a ela, sendo aplaudidos e presenteados com panetones. Ali, naquele mesmo palco onde crianças do Pré II encenaram um presépio vivo; onde a secretária escolar Elaine Martins deixou na manjedoura o bebê Maria Júlia (filha da professora Raquel França) representando Jesus; onde cada turma cantou e dançou músicas natalinas para os seus familiares, também cabia a emoção do reconhecimento. As professoras choraram, pois o tempo do Natal é, acima de tudo, tempo de gratidão. “Que no Pai Nosso em família fiquemos atentos no sentido de sempre agradecer tantas pessoas que nos ajudaram e que continuam nos auxiliando”, pediu o diretor, Irmão Jardelino Menegat, naquela tarde de 6 de dezembro. Uma estrela brilha no céu e a humanidade agradece. Maria acreditou como as mães que também ajudam a fazer a Escola La Salle RJ ser o que é.

Confira todas as fotos do Auto de Natal no Facebook da escola. Também lá é possível ver os registros da visita do Papai Noel, que este ano aconteceu no dia 26 de novembro, com a entrega de presentes vindos do Colégio La Salle Abel. 

Por Luiza Gould / Calaborou: Marina Alcântara
Fotos de Adriana Torres
Ascom Unilasalle-RJ