O homem anunciado como o Messias chega à sua cidade com a mesma simplicidade com que veio ao mundo. Assim como no nascimento, onde foi aclamado por viajantes de longe enquanto ainda estava em sua manjedoura, de novo Ele recebe glórias, mas desta vez do povo. A chegada de Jesus à Jerusalém montado em um burro e debaixo de folhas agitadas ao vento marca o Domingo de Ramos, data que antecede em uma semana a grande festa da Igreja Católica. Junto com a passagem bíblica, outras que viriam a seguir, como a cerimônia do lava-pés e a última ceia, deixam algumas lições. As de humildade, partilha e amor ao próximo já foram aprendidas pelos alunos do CEPLAS. Ou melhor dizendo, pelos responsáveis por fazer professores e coordenadores se emocionarem na última segunda-feira, dia 21.
Afinal, como não se derreter revivendo pelos gestos dos pequenos os três grandes eventos que antecedem a Paixão e Ressurreição de Cristo? Os suspiros de encanto começaram ainda no pátio da escola. Enquanto um grupo de alunos representava Jesus, seu burro, Maria e os 12 apóstolos, o restante das crianças fazia uma espécie de túnel de ramos ao som de “Hosana Hey, Hosana Há”. O tour foi repetido pelas instalações até a chegada do personagem principal e seus seguidores a uma das salas do CEPLAS.
Diante do altar, os alunos de 1º, 2º e 3º períodos pararam para ouvir uma história antiga contada por Jagnei, de violão a postos. “Jesus quis dizer aos seus amigos: olha, vocês têm que ser unidos, e assim como eu precisam lavar os pezinhos uns dos outros”, começou o professor de relegião. Enquanto ele narrava a cerimônia de lava-pés, os atores mirins encenavam o ato do mestre de se curvar diante de seus discípulos, colocados ali como iguais.
Os momentos decorreram quase como se não tivesse ocorrido nenhum treino. Com toda a delicadeza, Paulo Victor de Oliveira Rodrigues, aluno do 2º período que fez o papel de Jesus, apresentou aos seus amigos o pão e o cálice. Logo depois os apóstolos partiram o alimento entregando às demais crianças como sinônimo de solidariedade. “Todo aquele que dividir o pão com o coleguinha, a amizade, o respeito, a acolhida, tudo o que temos, está fazendo o que Jesus pediu, amando os outros”, comparou Jagnei. Após o teatro repleto de significados, todos puderam se deliciar com uvas e o suco da fruta.