O médico é aquele que cura os dodóis. Ele tem aquela coisa no pescoço e escuta com ela o meu coração. Pede para eu abrir a boca bem grande dizendo “A” e sorri para mim. Ele faz graça comigo, me abraça, diz que tudo vai ficar bem e pede para a mamãe me dar um remedinho... Seria muito bom se essa pudesse ser a descrição de qualquer criança e também de qualquer adulto. Com uma importante missão, os médicos podem salvar vidas, mas ao lidar com elas precisam cuidar do outro como se ele fosse da sua própria família. É na busca desta relação entre o profissional da saúde e o paciente que Sonia Berger, professora do curso de Medicina da Universidade Federal Fluminense, tem se dedicado, tendo sempre o CEPLAS como parceiro.
Duas vezes por ano ela traz sua turma de calouros à escola para aproximar os futuros doutores dos pequenos sábios. O resultado do encontro é sempre muitos sorrisos e demonstrações de afeto das duas partes, como ocorreu nesta quinta-feira, dia 19. Treze estudantes fizeram a alegria da nossa criançada com dança e muita brincadeira. “Acho enriquecedor esse tipo de contato com a criança, porque é uma forma de nos aproximarmos primeiro da vida, e não da doença, das situações adversas. Infelizmente a Medicina envolve saber lidar com a morte, mas estar com eles foi uma forma de trabalharmos a humanidade, o cuidado”, resumiu a aluna do 1º período Larissa Wermelinger, de 19 anos, depois da visita.
A palavra “humano” também aparece na fala de Sonia ao explicar sua disciplina na UFF, cujo tema é saúde, cultura e infância: “Uma das propostas do currículo é a humanização da formação do médico e do que chamamos de determinantes sociais da saúde. Não queremos ouvir comentários como: ‘O médico nem olha para você, nem sabe quem é você’. Contribuímos para a interação deles com os pacientes”.
Os graduandos conhecem a realidade das pessoas que irão atender em atividades propostas pela docente nas áreas de assistência social, saúde e educação. E é no último campo que o CEPLAS entra nesta história. Sonia já trouxe cinco de suas turmas para nos visitar e é só elogios à instituição. “O CEPLAS para mim em Niterói tem sido uma referência excelente porque reúne todas as possibilidades em termos de equipe (multidisciplinar), atendimento, proposta pedagógica. E o ato de brincar leva a uma postura que será importante na pediatria, por exemplo, porque é preciso entrar no mundo lúdico da criança”.
Uma forma de atingir esse objetivo foi criar bonecos, personagens usados pelos futuros médicos para se aproximar dos anjinhos e saber mais detalhes sobre o dia a dia deles. A estratégia deu certo, como é possível ver nas fotos.