O mundo está cheio de coisas a serem descobertas pelas gerações que se sucedem. De onde vem o chocolate, o relógio ou o  microscópio? Como será fabricado o chiclete? Dessa curiosidade que os alunos têm em sala de aula quando se toca em determinados assuntos é que nasceu o projeto "A História das Coisas", implementado nos Anos Finais do Ensino Fundamental pela professora de Ciências, Marisa Both.

O objetivo foi fazer os estudantes encontrar as respostas para várias dessas perguntas, tendo como foco objetos e produtos encontrados em sua própria casa. A investigação científica iniciou com a escolha dos objetos que seriam pesquisados pelos alunos, incluindo personalidades do mundo das Ciências.  A professora trouxe às salas de aula uma sacola recheada de objetos de variados tipos, embalados em plásticos transparentes. Cada aluno retirou, sem ver, "a coisa" a ser estudada.

Na sequência da atividade, foi distribuído a todos um roteiro com as indicações do que deveria ser pesquisado em relação a cada objeto (quem inventou, de que é produzido ou como funciona)  e as regras e datas de entrega dos trabalhos. Os estudantes ficaram livres para pesquisar nos lugares em que achassem melhor, na internet, em bibliotecas, acervo familiar ou mesmo através de entrevistas.

O trabalho foi realizado ao longo de todo o ano, sendo que cada aluno pesquisou três "coisas", uma em cada trimestre. A última etapa do projeto foi a produção de textos com as informações sobre cada objeto investigado que, após a análise da professora, foram formatados em um livro denominado "A História das Coisas".

Cada aluno também apresentou oralmente sua pesquisa aos colegas, compartilhando as curiosidades encontradas e, muitas vezes, pouco conhecidas. " A gente viu que sabia para que servia cada objeto, mas não sua história e origem", afirma a estudante Andressa Lammel, do 8º ano. Além disso, os estudantes foram estimulados a usar diversificados modos de apresentação, como eslides e vídeos, para dinamizar as aulas.

As TICs foram utilizadas para reunir e distribuir as informações, permitindo ao aluno desenvolver diversas habilidades e explorar sua criatividade. Alguns alunos foram convidados a apresentar seus trabalhos em turmas dos Anos Iniciais, uma experiência que mexeu com as emoções. "Foi importante para mim porque perdi o medo de falar diante de um público maior", destaca a aluna Tamara Utzig, do 8º ano, que enfrentou a plateia do 5º ano.

"Tentamos instigar a importância dos alunos problematizarem a sua realidade, buscando uma relação possível com o objeto selecionado, criando suas próprias perguntas e criando hipóteses a partir delas", comenta a professora.  Marisa destaca que a pesquisa fomentou diálogos entre os alunos, troca de conhecimentos e o estabelecimento de relações  com conteúdos de anos anteriores ou de outras disciplinas.

Segundo ela, o projeto foi além da localização de informações, envolvendo as interpretações desses dados e a apresentação de um ponto de vista pessoal para uma audiência interessada, no caso os colegas de aula. " Nesse processo, os jovens adquiriram segurança nas situações de coleta de informações, de análise e estudo, tornando-se mais autônomos" , assegura.