Estudando o gênero poesia em Língua Portuguesa, os estudantes do 9º ano acreditaram na magia dos cordéis, com seus versos fortemente melódicos e ritmados, para criar e entender melhor esse tipo de texto.
O resultado foi tão bom que a professora Marta Schoffen decidiu expor os trabalhos em um varal de cordas, característica forma como são apresentados ao público até os dias de hoje. O estilo tem sua origem no século XV.
O cordel nasceu pelas narrativas cantadas dos trovadores medievais e se popularizou com a invenção da imprensa. Tornou-se, no Brasil, expressão típica dos repentistas do Nordeste, que utilizam a técnica da xilogravura, impressão em madeira, para dar vida às imagens e cenas descritas nos poemas.
Como temáticas, a turma escolheu assuntos atuais de preocupação social, como a defesa dos animais e o coronavírus, ou culturais, como o tradicionalismo gaúcho.
Para caracterizar a apresentação dos seus cordéis, os estudantes criaram carimbos, que assemelham-se à técnica da xilogravura, para ilustrar seus livretos. A arte, pensada de acordo com a temática dos versos, ficou muito próxima das publicações repentistas.
A seguir, um trecho do poema Súplica Animal, da estudante Caiane Vargas Gritzenco:
“Hoje vim lhes falar
Dá maldade que há
Com animais que não conseguem
A dor e o sofrimento expressar
Com que tem que passá
No dia a dia, pela cidade a caminhar.
(....)
Tem o cavalo, lindo animal
Mas morre um todo dia
Por causa do homem mau
Que faz puxar carroça
Até ter seu descanso final
Sem ter um amor e carinho normal.