18/09/2023

Ensino Médio

Almoço sem celular provoca reflexões na 2ª série

Almoço sem celular provoca reflexões na 2ª série

Almoçar sem ter por perto um celular parece até natural, mas nem sempre é fácil para quem nasceu no mundo dominado pela tecnologia. Para ajudar os estudantes das 2ªs séries do Ensino Médio a refletir sobre o impacto dos celulares na vida de cada um, a professora de Sociologia, Sandra Balbé de Freitas, propôs uma experiência desafiadora: desgrudar da telinha por pelo menos uma hora para, juntos, almoçar e conversar em uma legítima interação face a face, sem a intervenção dos aparelhos.  

A professora conta que a Indústria Cultural e os meios de comunicação foi um dos temas desenvolvido no 2ª Trimestre pelas turmas, momento em que o debate sobre o uso de celulares surgiu como exemplo de um comportamento coletivo que afeta o cotidiano social. “O uso desses aparelhos têm crescido exponencialmente nos últimos anos e passaram a ser nossos companheiros na vida social, no lazer, na escola e até mesmo na família. Entretanto, sabemos que o uso excessivo pode causar problemas de distrações, dependência, vício e medo”, afirma Sandra.

Foi nesse contexto que o questionamento sobre quanto tempo poderiam ficar sem o celular tornou-se motivo para a realização de um teste. Todos toparam e no dia marcado os estudantes almoçaram na escola sem acesso a seus celulares.

Para o aluno Alexandre Moscon, que também tocou na banda musical da escola animando o encontro, a experiência foi positiva, tendo a música ocupado mais espaço em sua cabeça do que o celular. “Não senti a falta do celular e me arrisco a dizer que teria me divertido menos com ele. O ambiente ficou legal, mais animado e engraçado e, embora as pessoas tenham se separado em grupos, ainda assim houve interações entre colegas, professores, funcionários da escola e até com o Irmão da Rede La Salle. Sinto que interagi mais”, revela.

O estudante Diego Menin considerou que a cooperação de todos em torno da proposta foi aspecto decisivo para que a experiência fosse agradável. “O tempo passou bem rápido, um ótimo sinal de que eu me entretive e consegui aproveitar o momento. Não senti falta do meu celular, nem lembrei dele, pois eu estava o tempo todo interagindo com meus amigos e jogando alguns jogos”, conta Diego, que usa muito o celular para passar o tempo.

Na visão do aluno Erick Bolzan, o almoço sem o celular também estreitou laços de amizade. “ Percebi que o almoço sem o uso do celular ajudou a nos aproximar mais, a ter mais contato com o outro, melhorando a convivência e a conexão entre os colegas. Ficamos presentes no momento que estamos vivendo, compartilhando experiências com as pessoas que também estão no local”, relata.

Para Mariana Schommer, a experiência foi incrível e revigorante. “Foi uma forma de deixarmos a correria do dia-a-dia e o celular de lado e focar mais na partilha e no pensamento em comunidade. Gostei muito de almoçar com meus amigos, cantar com e para eles, de sair um pouco da rotina e da ansiedade diária, gostei até de organizar o local com eles. Quase não senti falta do celular, apenas em alguns momentos, como quando precisava da letra para as músicas da banda, para tirar fotos e olhar o horário, admite.

A maioria surpreendeu a professora pedindo que a experiência se repetisse, mas com mais tempo sem os celulares. “Para as próximas edições poderíamos entregar o celular no primeiro período da manhã e pegar de volta só no último horário da tarde, para assim ter uma experiência melhor”, defende o aluno Fernando Zimmer Vieira.

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