Na famosa peça de teatro “Cyrano de Bergerac”, o protagonista, que dá nome à obra, ajuda um amigo a conquistar uma bela dama, ensinando-lhe como falar com brilhantismo por meio da poesia. Inspirada por essa história, uma editora de jogos de tabuleiro lançou o jogo “Cyrano”, onde cada jogador assume o papel do poeta e precisa criar poemas para ganhar pontos e conquistar a bela donzela que está na torre. O jogo foi publicado em inglês e francês e ainda não existe uma tradução para a língua portuguesa. No entanto, o site da editora disponibiliza o livro de regras online e a partir dele foi possível criar uma versão caseira do jogo em nosso idioma.

Diante dessa intrigante história, o bibliotecário Jonas quis que os alunos do 7º ano do fundamental pudessem participar dessa experiência de criarem poesias, pois faz parte do contéudo programático. "Pareceu-me muito interessante e lancei a proposta à professora de redação da escola, que a acolheu com bastante entusiasmo. 

O jogo “Cyrano” funciona basicamente da seguinte maneira: em cada rodada são sorteados um tema e duas rimas; cada jogador precisa escrever uma estrofe com quatro versos, sendo que dois dos versos precisam terminar com uma das rimas sorteadas e os outros dois com a outra rima. Lembrando que o conteúdo do poema deve estar de acordo com o tema sorteado. Em seguida cada um recita o poema que escreveu e são contabilizados os pontos por originalidade do poema. O jogador recebe um ponto por cada palavra que somente ele utilizou e que possui a rima sorteada. Palavras que foram utilizadas por mais de um participante não pontuam. Depois se inicia a fase chamada de beleza do poema. Os jogadores devem votar secretamente naquele poema que consideram o mais bonito. Nessa etapa ganham pontos aqueles que votarem no poema que recebeu mais votos, ou seja, o mais belo segundo a opinião da maioria.

Os alunos foram dividos em equipes e cada uma teria que criar o seu poema em cada rodada do jogo. A princípio os alunos consideram bastante difícil criar um poema dentro das regras do jogo. Mas, no decorrer da atividade, foram superando essa barreira e os versos começaram a aparecer. Alguns ainda tomaram a iniciativa de buscar livros de poesia e dicionários para procurarem alguma palavra com a rima que precisavam. Por fim, compreenderam que o processo de criação do poema exigia mais esforço, pesquisa e trabalho duro que somente inspiração. A maioria dos poemas que surgiram eram bastante engraçados. Outros, um pouco sem lógica, mas alguns pareciam ter saído de um livro de um grande autor e impressionavam a todos.

A fase de recitar os poemas deixou os alunos bastante entusiasmados em declamar suas obras. O jogo se transformou em um verdadeiro sarau de poesia!