No dia 31 de outubro de 2014, Isabella Giannobile dos Santos, aluna do nono ano B do Colégio La Salle São Paulo, juntamente com outros 60 jovens, foi escolhida para apresentar seu projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo, através do programa Parlamento Jovem promovido por essa Instituição.

O Parlamento Jovem foi criado em pela Resolução nº 10 de 21 de agosto de 2001, cujo objetivo é oferecer aos jovens estudantes de escolas públicas e particulares uma lição de cidadania e democracia, com o exercício por um dia, das funções e dos trabalhos do poder Legislativo.

Todos os anos a escola recebe a cartilha do Parlamento Jovem. Com isso, a coordenadora Maria Aurora Trujillo e a professora de História Cristina Assunção assumiram o compromisso de envolver os alunos nesse projeto.

A professora optou por realizar o trabalho com os alunos do oitavo e nono anos, pois, a partir do oitavo, o currículo de História aborda de forma mais profunda os conceitos de Estado e Política e, consequentemente, a função dos Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Dessa forma, os alunos vivenciam aquilo que aprendem em sala de aula e sentem-se como verdadeiros sujeitos históricos.

Antes de criar as leis, os alunos devem escolher os partidos que se aproximam de suas ideias a partir de eixos temáticos. Os partidos são: Habitação, Educação, Esportes, Natureza, Saúde, Planejamento urbano, Trânsito e Transporte, Emprego, Cultura, Segurança Pública e Assistência Social. Através das reflexões e elaboração de projetos, os alunos percebem a responsabilidade de serem cidadãos.

Neste ano, o partido da Assistência Social foi representado pela aluna IsabeIla Giannobile dos Santos, que apresentou um projeto de lei que visava à implantação da Campanha do Agasalho em todas as escolas da cidade de São Paulo, com o intuito de atender à população carente da própria instituição escolar.

De Suplente a Presidente

A notícia de que a aluna havia sido escolhida entre 130 leis enviadas à Câmara foi recebida com muita alegria no Colégio, porém seu cargo seria de suplente, ou seja, somente se tornaria vereadora caso houvesse vacância entre os vereadores.

No dia 30 de outubro, a aluna, juntamente com a mãe Alessandra e a professora Cristina, foi à Câmara para realizar os trabalhos preliminares. Nesse dia, foram feitas as inscrições e assistiram a palestras sobre o trabalho dos vereadores.

Nesse mesmo dia, os alunos se dividiram em três chapas para a escolha da Mesa Diretora que iria reger os trabalhos do dia seguinte. Isabella se candidatou à presidência dentre outros 15 alunos que pleiteavam este cargo. Com seu carisma e dedicação, conseguiu a candidatura para a chapa B e já começou sua campanha eleitoral.

No dia subsequente, os alunos foram diplomados em uma cerimônia que contou com o presidente da Câmara José Américo e outros vereadores da cidade.

Após a diplomação, deu-se início à votação para a Mesa Diretora. Isabella, que foi a segunda a subir na Tribuna, explanou com muita desenvoltura e apresentou cada membro de sua chapa. Durante a votação, apreensiva, a plateia observava os votos através do painel eletrônico e, para a felicidade das pessoas que torciam pela estudante, a chapa B foi eleita para compor a Mesa Diretora e Isabella tornou-se presidente por um dia da Câmara Municipal.

Seguindo os trabalhos, ao apresentar seu projeto de lei, ela ressaltou que "não se trata apenas de um cobertor, um casaco ou um sapato, é um gesto que faz alguém se sentir importante e saber que não está só". E, como era de se esperar, seu projeto foi aprovado.

Ao final dos trabalhos, Isabella foi aplaudida de pé e muitos parlamentares vieram cumprimentá-la.

Esse dia tornou-se histórico e marcante para o Colégio La Salle, especificamente para a aluna Isabella e sua família.

O exemplo da aluna Isabella estimula professores e alunos a aprimorarem suas aulas e a construírem cada vez mais atitudes cidadãs. A reflexão sobre a convivência e o exercício da cidadania na escola e no meio, oportunizam o debate sobre as leis que garantem os direitos do cidadão, formando pessoas críticas, autônomas e participativas, objetivo sempre presente nas ações dos educadores lassalistas.