“Ato de igualdade entre os diferentes indivíduos”. “Integração entre os indivíduos”. “Todos os cidadãos devem ter acesso ao sistema de ensino”. Os sinônimos de inclusão podem parecer óbvios ao serem lidos, mas na prática a realidade é diferente. Tendo em vista que somente na década de 90 os debates sobre inclusão começaram a ser colocados em pauta no Brasil, e que as principais leis (Lei Nº 8.069 - conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 9.394 - conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Nº 10.172 - conhecida como Plano Nacional de Educação (PNE) começaram a vigorar em 1996, 1999 e 2001, respectivamente, percebemos um atraso no que concerne ao assunto.
Ainda assim, a preocupação no que se refere à educação vem sendo de extrema importância nos últimos anos, e é pensando na inclusão, no caráter carismático e no cuidado pedagógico, que o Colégio La Salle Abel inaugurou no último mês a Sala de Recursos Multifuncionais. O espaço acolhe as crianças que precisam de atendimento especializado, e, atualmente, atende 13 alunos com necessidades especiais.
“No aspecto legal é obrigação de todos, mas buscamos também destacar o caráter humano e cristão do nosso ensino", afirma Antônio Pina, Supervisor Educacional do Colégio, que reforça a importância da identidade da Rede La Salle em projetos de inclusão: “São João Batista de La Salle sonhou com a educação para os mais pobres. Podemos interpretar que ele também sonhou com aqueles que mais precisam de um olhar educativo especificado”, conclui.
O olhar educativo sobre o qual Antônio Pina se refere é confirmado por Karina Bianchini, Orientadora do Atendimento Educacional Especializado: “É um trabalho desafiador. Eu costumo dizer que a inclusão não deveria nem existir, deveríamos chamar de convivência”. A experiência de Karina como pedagoga traz a base para implementar atividades junto às mediadoras que cuidam dos alunos com necessidades especiais. “Além de estudar, temos que buscar formas de convivência melhor, e fazer diferença na vida do aluno”, conta.
E a experiência na vida, traz ainda mais sensibilidade para lidar com as necessidades dos alunos. “Sendo mãe de um filho autista que é aluno da escola, busco entender a inclusão, não só para ajudar meu filho, mas para ajudar outras crianças, outras mães. Isso me obrigou a estudar muito. Essa Sala de Recursos foi uma idealização muito grande”, complementa.
O atendimento
A Sala de Recursos Multifuncionais atende alunos de todos os segmentos e, no momento, os que estão sendo acompanhados possuem mediação escolar. Atualmente são atendidos estudantes com deficiência física, intelectual e sensorial.
São desenvolvidas atividades pedagógicas, que se utilizam de livros didáticos, jogos de tabuleiro, computador, tablets, painéis sensoriais. Além dos trabalhos feitos em conjunto com os alunos, como confecção de materiais recicláveis que auxiliam as crianças na contagem e a terem noção espacial. Os alunos são atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais, uma vez na semana, por uma hora. Esse horário é definido de acordo com o calendário correspondente ao ano do aluno.
As atividades realizadas são exclusivamente pedagógicas, como confirma Antônio Pina: “É importante mencionar que as crianças sabem que aquele momento não é para brincar ou relaxar”. Cada aluno possui uma mediadora, e cada mediadora elabora junto à coordenação o Plano Educacional Individualizado (PEI), que é desenvolvido em parceria entre escola, família e médicos. “Esse atendimento é aprovado antes da criança começar a utilizar a Sala. Não fazemos nada sem o apoio da família. É um trabalho contínuo. O que acontece na escola tem que acontecer em casa”, afirma Karina.
A Sala de Recursos Multifuncionais pretende aumentar os atendimentos de acordo com a demanda, incluindo alunos com outras necessidades educativas, pedagógicas ou de suplementação curricular, além dos que já são atendidos. Para receber o atendimento, o responsável deve requerer um formulário na secretaria e preenchê-lo, munidos de um laudo médico que indique a condição do aluno. Essa documentação auxilia a elaboração do Plano de Ensino Individualizado (PEI).
“Inclusão é você convidar para uma festa, incluir de verdade é você chamar para dançar”, enfatiza Karina, que continua: “temos grandes desafios dentro da escola, mas estamos muito preocupados com quem vier buscar o Colégio La Salle Abel. Quem chegar aqui tem que ter o melhor atendimento, independente do transtorno que tiver, da condição que tiver. Temos que fazer a diferença”, finaliza.
Por: Camila Reis - Fotos e texto
Comunicação e Marketing - Colégio La Salle Abel