30/10/2019

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A centralidade da formação humana

A centralidade da formação humana

“Para mim, a Pastoral é o que sustenta uma escola confessional e mantém a sua identidade. No nosso caso, somos um colégio confessional lassalista”. Com essas palavras, o coordenador do Serviço de Pastoral do La Salle Abel, Delano Costa, define as atividades de formação humana realizadas na escola entre alunos e colaboradores. Os ensinamentos de Jesus Cristo são a base de tudo o que é feito, mas esses princípios são transmitidos de uma forma singular: o jeito La Salle de educar. “Herdamos essa tradição e é por isso que a nossa equipe tem a responsabilidade de fazer crescer esses valores e também fazer acontecer o que acreditamos como virtude”, explica o coordenador.

Fé, fraternidade e serviço. Desde a catequese, que é realizada com alunos a partir do 4º ano do Ensino Fundamental (EF), até as últimas séries do Ensino Médio (EM), os princípios lassalistas se cristalizam no dia a dia de cada atividade. Nas reuniões e eventos internos, a Pastoral também é responsável pelos momentos de espiritualidade entre funcionários e professores da escola. Nesse sentido, além de Delano Costa, a equipe é formada pelos assessores Thiago Oliveira, Nattaly Braga e Breno Marinho. A catequese também conta com os professores Jair Neto e Maurício Nogueira.

 

O itinerário dos estudantes começa com preparação para a Primeira Eucaristia, que dura dois anos: a primeira etapa, para alunos do 4º ano do EF, e a segunda, para alunos do 5º ano. No entanto, caso queiram receber o sacramento, alunos até o 7º ano podem fazer parte das turmas. A vivência comunitária entre os estudantes; a leitura bíblica, com o objetivo de levá-los a Palavra e colocá-la em prática; e o incentivo à participação na Liturgia são os pilares da jornada que prepara os alunos para receberem a Primeira Eucaristia e visa a inserção de cada um deles na comunidade eclesial. A catequese desenvolve um processo de aprofundamento da fé cristã que também alcança as famílias, devido aos encontros e ritos que são realizados com a presença dos responsáveis.

 

Posteriormente, entre o 6º ano do EF e a 3ª série do EM os alunos são convidados a perseverarem e aprofundarem essa caminhada, participando da Pastoral Juvenil Lassalista (PAJULA) e aprofundando suas relações interpessoais na vivência de valores cristãos. Os grupos têm uma linguagem específica, considerando cada faixa etária, já que são definidos por ano de escolaridade.

“Quando você sai de um encontro, é com uma perspectiva de olhar no olho das pessoas, vontade de fazer o que é preciso, ajudar quem precisa”, aponta Manuela Maiatto, atualmente na 1ª série D – EM. A aluna, que começou a participar das atividades no 6º ano do EF após vivenciar as Jornadas de Formação, fala da sua experiência: “O que eu mais aprendi na Pastoral foi ver o mundo e tentar fazer as coisas de forma diferente. Eu não posso mudar o mundo, mas eu posso mudar o meu mundo. Nós estamos juntos, fazemos as coisas como família”.

Já no EM, há o Voluntariado, que trabalha com idosos, crianças e pessoas carentes. Exemplo disso é a parceria com a Escola La Salle Rio de Janeiro, colégio de turno integral que acolhe crianças de famílias carentes, com idade de 3 a 5 anos. Além disso, o grupo realiza campanhas, como as de arrecadação de alimentos para doação e de conscientização sobre o Setembro Amarelo.

E mesmo que o itinerário como estudante do La Salle Abel se encerre, os valores humanos que são parte das atividades da Pastoral continuam fazendo sentido na vida de pessoas que passaram por aqui, como na de Gabriel Masello, coordenador do grupo de ex-alunos Velha Guarda. Além das reuniões com o grupo e ações de voluntariado, ele auxilia nos encontros da PAJULA. “Hoje eu ajudo a assessorar uma PAJULA do Ensino Médio, justamente por acreditar nesse projeto. Isso muda sua vivência do jeito que nenhum lugar vai mudar”, conta. “Formação humana, é isso o que me motiva a estar aqui como ex-aluno, sensibilizar as pessoas, fazer elas acreditarem que existe muito além dos muros da escola”.

Tanto Gabriel como Manuela desejam se tornar professores no futuro, e a caminhada de cada um deles na Pastoral está relacionada a esse projeto. Nesse sentido, o trabalho de voluntariado com a ONG Teto foi significativo para o ex-aluno lassalista. A organização está presente em países da América Latina e do Caribe e tem como objetivo buscar superar a situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas por meio do trabalho conjunto entre moradores de assentamentos precários e jovens voluntários.

“No ano de 2017, nós realizamos um processo de apreensão de dados de pessoas que não tinham suas informações coletadas pelo IBGE, em uma comunidade de Duque de Caxias. Entramos em uma casa que tinha 8 pessoas, mas não havia banheiro. O aeroporto do Galeão ficava ao lado, e estávamos em um lugar com condições precárias de vida”, lembra. Atualmente cursando a graduação de História, ele aponta a importância desse episódio para a sua formação: “Eu quero ser professor, sempre tive esse sonho, e há realidades que a sala de aula não consegue explicar sem a vivência humana. Isso fez uma diferença muito grande na minha vida”.

Como uma de suas experiências mais significativas, Manuela destaca o Curso de Lideranças, em que aprendeu teorias relacionadas ao assunto e pôde desenvolver habilidades como falar em público. No entanto, os valores lassalistas transformaram esse aprendizado em algo singular. “A abordagem humana da Pastoral tem muito a ver comigo, essa questão de lidar com pessoas. Não é só formar para passar no vestibular, mas mais que isso”, aponta. “Tenho certeza que isso foi fundamental para a minha formação. Eu não seria um terço do que sou sem a Pastoral na minha vida”.

 

Por: Maria Clara Araújo/ Revisão: Camila Reis

Comunicação e Marketing - Colégio La Salle Abel

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