Em 15 de fevereiro, o La Salle Abel foi o anfitrião do Dia ANEC Niterói 2025, a abertura do ano letivo das escolas católicas. Cerca de 500 educadores de diferentes instituições católicas das cidades de Niterói, São Gonçalo, Maricá e adjacências que, juntos, compartilharam algumas das vivências como profissionais e aprimoraram seus conhecimentos. A ANEC - Associação Nacional de Educação Católica do Brasil busca promover uma educação cristã de excelência, promovendo um intercâmbio entre as instituições católicas brasileiras e internacionais.
Para marcar o início deste momento de união dos colégios ali presentes, houve uma missa de abertura celebrada pelo Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias. Sob a santa presença de Deus, todos puderam festejar o início do Ano Letivo entoando cânticos e interagindo uns com os outros. Dom José trouxe, ainda, uma fala para semear nos corações dos educadores: “Neste trabalho de educação, de transformação, que vocês possam partilhar não só o conhecimento, mas partilhar também a sabedoria da vida, a principal verdade que é Jesus Cristo, o sentido para os caminhos. Que o nosso tudo seja oferecido ao Senhor, incluindo também no trabalho educativo, apesar dos desafios em meio a todas as tecnologias. Mesmo se acharem pouco, mas ao partilhá-lo, Deus vai multiplicar e transformar”.
Ainda naquela manhã, sob o mote “Educar para o futuro: compromisso e inovação na Educação Católica”, todos ali presentes tiveram uma manhã de reflexões orientadas pelas falas e apontamentos dos palestrantes convidados. Mas antes de pensar no futuro, puderam, por um depoimento, refletir sobre as ações do passado e seus frutos por meio da presença e fala de Raphael Costa, vereador da cidade de Niterói. O advogado e eterno lassalista falou sobre a importância da Educação Católica para a sua formação pessoal e profissional.
“A conjugação de uma formação que alia o conhecimento acadêmico, a formação ética e cidadã, são esses elementos que me formaram, que me moldaram para que eu possa estar hoje, por exemplo, como vereador, ser um advogado, dentre tantas experiências exercidas por mim no âmbito profissional… Então, a primeira palavra que me vem em mente é a gratidão. Muito obrigado a cada um pelo trabalho que vocês fazem. A cada um que se dedica todo dia, apesar da dificuldade, pois sabemos que, por vezes, a vida em sala de aula, na área administrativa, no pedagógico não é fácil, são muitos os desafios. Mas vocês enfrentam essa labuta com excelência”, disse o parlamentar.
O parlamentar e lassalista Raphael Costa
Estudante perseverante do La Salle Abel, Raphael leva os ensinamentos aprendidos no colégio mesmo após anos desde a sua formatura. Um princípio fundamental da nossa educação que busca disseminar valores para a vida. O jovem ainda relembrou de momentos da época de aluno lassalista, incluindo alguns dos docentes que o deram aula e estavam presentes na plateia, bem como quando encenou São João Batista de La Salle no teatro. Uma lembrança, incluindo o seu texto, que ele nunca esqueceu: ”Eu só tinha uma fala e eu lembro até hoje, era uma frase de La Salle em que ele dizia: “”Que vossos exemplos instruam vossos alunos muito mais que vossas palavras”. Desejo que essa mensagem de São João Batista de La Salle, declamada por mim neste palco há muitos anos, possa nortear nossos corações e que os nossos exemplos sejam ações concretas. Que as práticas pedagógicas, relações pessoais, a forma de lidarmos uns com os outros, possam inspirar mais o próximo do que apenas as nossas palavras”.
Desenvolver uma educação de qualidade, fincada nos princípios cristãos é um pilar das escolas católicas e com o La Salle Abel não seria diferente. Há 70 anos, formamos cidadãos de modo integral, com um ensino que os prepara para a vida, assim como preparamos Raphael. “Os pilares da tradição, da espiritualidade e da excelência, precisam estar presentes na nossa escola católica. Desta forma, não é possível falar de tradição sem envolver a dimensão da espiritualidade e da excelência acadêmica. Elas precisam caminhar juntas, pois o sucesso educacional só tem sentido para nós, instituições católicas, se for compreendido em relação à sua tradição e à sua espiritualidade”, disse Irmão Jardelino Menegat, Diretor do Abel.
Compromisso e Inovação com a Educação Católica
Durante a abertura do dia letivo, os educadores receberam dois palestrantes para um momento de troca de saberes. Ir. Adair Aparecida Sberga, Conselheira 1ª Vice-presidente, pontuou tópicos em voga na área da educação que devem ser discutidos e analisados, como o uso da Inteligência Artificial. Pungente na atualidade em razão dos seus avanços tecnológicos, programas incluindo os GPTs trazem respostas rápidas e robustas, de acordo com a pergunta feita, inibindo a criatividade e o raciocínio de crianças, jovens e adultos. Os impactos para a educação na totalidade podem ser muito maléficos, pois promovem uma dependência a soluções rápidas, sem a tentativa da resolução de problemas, dos mais simples aos mais complexos. Outro perigo está na criação e disseminação de fake news, em virtude da abundância de informações recebidas por esses programas, que não necessariamente irão filtrar a veracidade dos fatos.
Para Ir. Adair, “nós vamos minando a criatividade do aluno. Ele não pensa mais, pois já está tudo pronto. Isso é um perigo: resultados superficiais geram respostas semelhantes e padronizadas. Reduz a oportunidade de aprendizagem colaborativa, porque ele faz sozinho, não tem mais trabalhos em grupos, algo fundamental na nossa educação. Reduz também a interação humana, o fortalecimento de aspectos sócio-emocionais, a autonomia, o estudante fica só com ele e o computador: é a geração do quarto. Portanto, as ferramentas de IA devem ser projetadas para ampliar ou aprimorar as habilidades intelectuais e sociais humanas, e não para conflitá-las e usurpá-las”.
Ainda sobre a geração quarto, o psicólogo Aldi Roldão, o segundo palestrante do dia trouxe a importância da chamada escutatória, uma escuta ativa de fato, essencial não apenas para o dia a dia em sala de aula como também para a saúde mental. “Para haver escuta, é preciso atenção plena. Então, quando falamos do estudante da geração quarto que não conversa, ele desenvolveu sim uma habilidade: a invisibilidade, consequência da nossa falta de capacidade de escutar. E quando nós perdemos isso, geramos no outro a capacidade de se tornar invisível”, disse Roldão.
Munidos de fé e fraternidade, assim aconteceu este encontro que fortaleceu a união das escolas católicas, juntas em um principal propósito: ensinar com base nos princípios cristãos!
Os palestrantes Ir. Adair Sberga e Aldi Rodão
Por Maria Eduarda Barros
Fotos por equipe de Comunicação
Comunicação e Marketing La Salle Abel