“E ri-se a orquestra irônica, estridente…
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais…
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos… o chicote estala.
E voam mais e mais…
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!”
Em cada palavra, a dureza parece escorrer como o sangue na brutal travessia de africanos levados à força, depois de muita luta, ao Brasil. A história corre nas veias de negros, negras, mas também nas de todos os brasileiros, que carregam a miscigenação em si, assim como um passado de injustiças a ser corrigido. “O Navio Negreiro”, de Castro Alves, aborda a dor em letras e métricas que nos fazem senti-la. Essa dor está por trás da data na qual refletimos a consciência negra, com Zumbi dos Palmares, mas não está sozinha. Ela se une à resistência, à força, à cultura, à fé, à alegria da origem de um povo, acima de tudo guerreiro. Foi para conhecê-lo um pouco mais que as turminhas da Escola La Salle RJ viveram um dia de oficinas em novembro. As professoras de cada período organizaram atividades voltadas para o tema no dia 23, como forma de as crianças entenderem o motivo do feriado vivido três dias antes.
Os alunos puderam circular pelas diversas salas para terem acesso a todos os conteúdos transmitidos. A capoeira também não ficou de fora, com aula da Associação Capoeira e Cultura Aidê Mestre Vieira (ACCAMV). O momento contou com a presença do Mestre Pedrinho, capoeirista da associação e professor dos meninos da La Salle RJ todas as quartas-feiras desde julho.
Confira em fotos cada oficina:
Pintura facial (1º período)
Leitura da lenda da Galinha da Angola e confecção coletiva da galinha (2º período)
Oficina de instrumentos musicais africanos com materiais recicláveis (3º período A)
Confecção de máscaras africanas (3º período B)
Na ginga da capoeira
Por Luiza Gould
Fotos da capoeira de Beatriz Siqueira
Ascom Unilasalle-RJ