“Ah, parou por quê? Eu vim aqui me remexer”. A canção que embalou a apresentação da turma Pré II A sintetizava aquela manhã de sábado regada a alegria, remelexo e comidas típicas. A festa julina da Escola La Salle, este ano realizada no dia 8 de julho, contou com apresentações dos pequenos sob a trilha sonora de quadrilhas e músicas sertanejas, brincadeiras e a presença das famílias. Presença que antecede a festa, está em cada ensaio da criança dentro de casa, na confecção das roupas, nos preparos para o grande dia e muitos outros.
São detalhes que Estela Pinheiro, mãe da Sol (Creche III), sabe bem: “Eu comprei o tecido há um mês e eu comecei a confeccionar uma semana antes. Cada dia eu fazia um pouco, eu chegava do trabalho e fazia. E em cada detalhe, rendinha, eu lembrava da minha mãe, porque todo ano ela fazia o meu vestido de caipira e eu amava. Isso me fez lembrar muito da minha infância, às vezes eu chorava também. Esse foi o primeiro vestido que eu fiz para ela (Sol) e cada detalhezinho foi feito com muito carinho e amor”. O vestido em questão uniu o tradicional da vestimenta de época com as sete cores do fenômeno arco-íris, que ocorre nos momentos em que a luz branca solar entra em contato com gotas de água, geralmente após a chuva. Já a nossa Sol, não precisou de chuva para irradiar a sua luz e exibir as sete cores presentes em sua roupa.
Durante a apresentação das crianças do Pré I B, um aviso da professora ecoou na arrumação da coreografia. O pedido era para que eles não se dispersassem após a dança, pois o avô do Miguel havia preparado uma surpresa para eles. Riovaldo Freitas quis alegrar o coração dos colegas do neto, pequeninos tão estimados por ele, e levou um mimo com chocolate e estalinhos. “Eu adoro crianças e todas as vezes que eu as vejo reunidas assim eu sinto um carinho muito grande. Então, quando tenho uma oportunidade, eu faço isso”, disse o senhor, que ainda reiterou a satisfação em realizar aquela surpresa: “Sei nem explicar, é muita alegria, felicidade, porque meus netos são como meus filhos, eu faço tudo por eles”.
Ao lado do pai, a filha de Riovaldo e mãe do Miguel, Sarah Rangel, partilhou a felicidade de contemplar aquele momento do caçula. “É muito emocionante. Ano passado ele não pôde estar, porque estava doente, e esse ano vê-lo tão feliz por participar, dançar e interagir junto com a turma. Eu me lembro dela também e passa um flash na memória”. Sarah se refere o fim da sua fala à Maria Clara, sua filha mais velha e ex-aluna da Escola La Salle que, assim como o irmão, vivenciou algumas festas juninas lassalistas. “Ela saiu daqui em 2018, no ano em que ele nasceu. No último ano da Maria, eu já estava grávida na festa junina, e hoje o Miguel está aqui dançando”, recorda.
Entre um É na sola da bota e outras danças durante a festa, sempre havia uma pausa para um lanchinho, pois opções de pratos não faltaram: salsichão, bolos, cuscuz e canjica foram a sensação. Cachorro-quente acompanhado de um refrigerante gelado teve também. E para a hora das brincadeiras, a pescaria e o pula-pula, amado pela Sol, pelo Miguel e por tantas outras crianças. Pipoca para assistir aos pequenos bailarem como bons pés de valsa? Não faltou nos estandes.
Não faltou também no adereço preferido da noiva Ester, aluna do Pré II B escolhida para o papel no casamento encenado pela turma (com direito a cordel na abertura, noivo fujão, mas tímido, padre pedindo silêncio na Igreja, pai na espera pelo genro e delegado que garantiu a cerimônia). Perguntada sobre a parte mais legal de ser noiva, Ester logo respondeu: “o buquê!” Mas quem via a pequena toda arrumada com o vestido branco não imaginava o receio dela em “casar”, algo compartilhado algumas vezes durante os ensaios: “Eu não posso casar não, que a minha mãe vai brigar comigo”. Mas não brigou! Pelo contrário, curtiu o momento com sua filha antes mesmo do ato julino começar: “Aquela brincadeira de construir o personagem da noiva e sonhar com o casamento e idealizar até mesmo o buquê, que ela queria um de pipoca, é uma coisa muito gostosa de vivenciar. Nós passamos por isso como estudante e agora como mãe de estudante é mais especial ainda”, disse Flávia Xavier, mãe da Ester.
Especial como o balão que vai subindo, enquanto cai a garoa...o céu estava lindo e a nossa festa tão boa. Resta a saudade, quentinha no coração, igual a fogueira que acende o São João.
Veja algumas das fotos na galeria abaixo e todas elas no Facebook da Escola La Salle RJ.
Por Maria Eduarda Barros / Revisão: Luiza Gould
Fotos: Adriana Torres
Ascom Unilasalle-RJ